Estive
refletindo acerca das expressões da questão social no Brasil e no mundo, que se
materializam na forma de pobreza, exploração, violência, abandono, ganância,
indiferença, desemprego, preconceito, precariedade na saúde e educação e tantas
outras formas que se possa denominar como conseqüência do mundo desigual no
qual vivemos.
Ao fazer essa reflexão me fiz também
um questionamento: se somos capazes de perceber e refletir sobre os
acontecimentos do país e do mundo, porque não o fazemos a partir de nossa
realidade e do nosso município, onde vemos e sofremos na pele constantemente
essas expressões as quais mencionei anteriormente?
Pois bem, nosso município (Aracati),
assim como o Brasil e o mundo, tem passado por vários problemas sociais. É
inegável que tais problemas não tomaram (ainda) grandes proporções como as de
nosso país e de outras cidades maiores como as capitais, isto pelo fato de ser
uma cidade pequena, no entanto esses males que assolam a sociedade não se
tornam desapercebidos.
Sofremos
com uma saúde precária, com o desemprego, com a violência, com o preconceito,
com a exploração, com os abusos de uma mídia e de uma “elite” que tenta a todo
custo disseminar seus ideais políticos a fim de eleger seus candidatos, mas
quero aqui me deter ao tráfico de drogas e ao extermínio da juventude
aracatiense em decorrência disso, assunto que pouco ouço pela cidade.
Comumente
recebemos a notícia: “mataram mais um”, e logo a notícia se espalha pelos meios
de comunicação, mas percebo que o sentimento das pessoas muitas vezes é de
felicidade ou de alívio com o pensamento de que “é menos um para roubar e
vender drogas”, não atentando para quem é aquele jovem, de onde ele veio e sem
se dar conta que ele nada mais é que um produto de nossa sociedade aracatiense
injusta e desigual. Uma constatação importante é que toda essa juventude – e
agora não só jovens, mas crianças e adolescentes também - é proveniente da
periferia de nossa cidade.
E
em meio à guerra entre as comunidades ou bairros, a medida adotada foi aumentar
o policiamento, através da tropa de elite da Polícia Militar – BPRAIO (Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e
Ostensivas). Claro, ótima ação, o Estado fazendo seu papel ao utilizar a
força para manter a ordem, já que os cidadãos precisam de segurança e os
bandidos devem ser presos, mas, e quais ações estão sendo realizadas para
tratar e evitar esse problema, para que as crianças que não moram no centro de
nossa cidade possam ter as mesmas condições mínimas para sua emancipação como
outras crianças? Quais políticas públicas estão sendo pensadas ou executadas
para nossa juventude, a fim de que estes não cheguem até o mundo das drogas?
Quando teremos uma cidade com menos desigualdades, onde todos tenham os mesmos
direitos sendo eles garantidos por lei?
Nós,
aracatienses, devemos nos fazer essas perguntas e nos acostumar a olhar nossa
realidade com outros olhos, buscando fazer nossa parte para, assim,
transformá-la.
#nãoaoextermíniodejovensaracatienses
#nãoasdesigualdades
Jakciane Simões
(Aluna do Curso de Serviço Social da Faculdade do Vale do Jaguaribe-FVJ)
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