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Chega de violência!!!

            Estive refletindo acerca das expressões da questão social no Brasil e no mundo, que se materializam na forma de pobreza, exploração, violência, abandono, ganância, indiferença, desemprego, preconceito, precariedade na saúde e educação e tantas outras formas que se possa denominar como conseqüência do mundo desigual no qual vivemos.
            Ao fazer essa reflexão me fiz também um questionamento: se somos capazes de perceber e refletir sobre os acontecimentos do país e do mundo, porque não o fazemos a partir de nossa realidade e do nosso município, onde vemos e sofremos na pele constantemente essas expressões as quais mencionei anteriormente?
            Pois bem, nosso município (Aracati), assim como o Brasil e o mundo, tem passado por vários problemas sociais. É inegável que tais problemas não tomaram (ainda) grandes proporções como as de nosso país e de outras cidades maiores como as capitais, isto pelo fato de ser uma cidade pequena, no entanto esses males que assolam a sociedade não se tornam desapercebidos.
Sofremos com uma saúde precária, com o desemprego, com a violência, com o preconceito, com a exploração, com os abusos de uma mídia e de uma “elite” que tenta a todo custo disseminar seus ideais políticos a fim de eleger seus candidatos, mas quero aqui me deter ao tráfico de drogas e ao extermínio da juventude aracatiense em decorrência disso, assunto que pouco ouço pela cidade.
Comumente recebemos a notícia: “mataram mais um”, e logo a notícia se espalha pelos meios de comunicação, mas percebo que o sentimento das pessoas muitas vezes é de felicidade ou de alívio com o pensamento de que “é menos um para roubar e vender drogas”, não atentando para quem é aquele jovem, de onde ele veio e sem se dar conta que ele nada mais é que um produto de nossa sociedade aracatiense injusta e desigual. Uma constatação importante é que toda essa juventude – e agora não só jovens, mas crianças e adolescentes também - é proveniente da periferia de nossa cidade.
E em meio à guerra entre as comunidades ou bairros, a medida adotada foi aumentar o policiamento, através da tropa de elite da Polícia Militar – BPRAIO (Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas). Claro, ótima ação, o Estado fazendo seu papel ao utilizar a força para manter a ordem, já que os cidadãos precisam de segurança e os bandidos devem ser presos, mas, e quais ações estão sendo realizadas para tratar e evitar esse problema, para que as crianças que não moram no centro de nossa cidade possam ter as mesmas condições mínimas para sua emancipação como outras crianças? Quais políticas públicas estão sendo pensadas ou executadas para nossa juventude, a fim de que estes não cheguem até o mundo das drogas? Quando teremos uma cidade com menos desigualdades, onde todos tenham os mesmos direitos sendo eles garantidos por lei?
Nós, aracatienses, devemos nos fazer essas perguntas e nos acostumar a olhar nossa realidade com outros olhos, buscando fazer nossa parte para, assim, transformá-la.

#nãoaoextermíniodejovensaracatienses
#nãoasdesigualdades


Jakciane Simões
(Aluna do Curso de Serviço Social da Faculdade do Vale do Jaguaribe-FVJ)



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